09 março, 2010

Eskrima

Desde Setembro que tenho vindo a praticar Kung Fu To'a da escola Flor de Lótus. Ainda estou, claro, numa fase muito inicial, apesar de sentir notórias melhorias ao nível da flexibilidade e da resistência, já para não falar do peso.

No passado mês de Fevereiro, por iniciativa do grupo a que pertenço, frequentei um seminário de uma arte marcial até ao momento para mim desconhecida, Eskrima.

Esta arte marcial, originária das Filipinas, dedicada ao treino da luta com bastão, espada ou facas, incluindo ainda uma vertente de "mãos abertas", terá cerca de 2000 anos de existência, com maior incidência a partir do século XVI, alturas de domínio espanhol sobre aquelas ilhas.

Trata-se de uma arte marcial extremamente eficaz e mortífera, baseada em técnicas simples apenas na aparência, revelando-se de extrema complexidade de execução, dado serem possíveis inúmeras combinações de golpes, bem como o uso de armas de diversas em simultâneo.

De acordo com alguma informação história que consegui recolher, a Eskrima terá origens, entre outros, no Kung Fu, Tai Chi e Wing Chung, bem como na esgrima espanhola.

Aliás, o próprio desenvolvimento da arte terá ocorrido com maior intensidade depois da ocupação das Filipinas pela Espanha de Filipe II (I de Portugal), do que resultou o seu baptismo com tal nome.

Com a ocupação, o sentido de nacionalismo começou a crescer e as técnicas mortais de combate com lâminas – já com séculos de desenvolvimento – começaram a ser utilizadas, levando a que o invasor proibisse os autóctones de usar espadas e facões.

Por isso, estes passaram a treinar com bastões de "rattan" (um material semelhante a um bambu), observando ainda os treinos dos espanhóis com armas, aprendendo as suas técnicas, somando-as aos movimentos nativos.

Assim, criaram um conjunto de técnicas, tácticas e estratégias ainda mais eficaz e letal para conflitos de vida ou morte. E acreditem, é mesmo de vida e de morte que se trata.

Os golpes feitos com os bastões em causa são extremamente dolorosos e incapacitantes e, por isso, na mão de um praticante de Eskrima, qualquer pau com cerca de 50 ou 60 cm pode tornar-se numa arma branca.

É claro que ninguém no seu perfeito juízo procurará aprender ou praticar uma arte marcial, seja ela qual for, para a poder utilizar de modo gratuito. Contudo, todas têm a sua vertente de defesa pessoal e, para situações mesmo sérias, esta é, com efeito, extremamente eficaz.

Da minha parte, pelo pouco que pude aprender, constatei que contribui para desenvolver em muito a coordenação motora e os reflexos e traz consigo um significado primitivo muito forte.

Tem em comum com outras artes marciais a exigência de conhecermos os nossos limites, forçá-los e aprender a não subestimar as nossas capacidades e, assim, por consequência, a respeitar qualquer adversário.

Complementarmente, liga-nos aos nossos instintos mais primários e procura equilibrá-los com a lucidez da razão, podendo combinar-se com técnicas de qualquer outra arte marcial.

Por isso, a quem tenha interesse, recomendo que observem o vídeo que segue e retirem as suas próprias conclusões. Da minha parte, recomendo.

Morchella Esculenta





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